Artigo 105 – Carreira e Finanças pessoais – parte IV

por Marcelo Veras | 08 de abr de 2013

"Quem come mais do que gasta, engorda. Quem gasta mais do que ganha, empobrece”

Estou feliz pela quantidade de e-mails que recebi solicitando a planilha de finanças pessoais. Quando escrevi disponibilizando e oferecendo a mesma, não achei que houvesse tanta gente disposta a iniciar esta jornada de construção de patrimônio e gestão profissional de suas finanças pessoais. Sempre ouvimos por aí que as pessoas são inertes a este tipo de assunto e que não estão muito preocupadas com o seu futuro financeiro, mas acho que isso está mudando bem rapidamente.

Recentemente li um livro sobre estudos científicos a respeito de hábitos. Em um de seus capítulos, são apresentadas algumas pesquisas que demonstraram a existência dos chamados “hábitos angulares”. Tecnicamente e de forma simples, são hábitos que puxam outros hábitos. É como se, ao começar a fazer uma coisa regularmente, nós fôssemos automaticamente começando a fazer outras. Um dos exemplos citados no livro é o de uma pessoa que começa a anotar tudo o que come em uma caderneta. Este hábito obviamente não fazer ninguém emagrecer, mas segundo as pesquisas, irá disparar um gatilho de outros hábitos após algum tempo. Uma pessoa que anota tudo o que come, depois de algum tempo começa a buscar o valor calórico de cada item anotado. Depois, terá curiosidade de calcular o valor total de um dia, em calorias. Depois, irá buscar descobrir qual é o seu metabolismo basal, ou seja, a quantidade de calorias que o seu corpo consome diariamente para manter suas funções vitais. Depois irá se preocupar se está comendo mais do que precisa, depois.... e assim por diante. No final, esta pessoa estará se alimentando melhor e iniciando uma prática esportiva regular. Ou seja, um bom hábito angular desenvolvido com eficiência irá disparar um processo sem volta.

No caso das finanças pessoais, por experiência própria, garanto que se você tiver esta disciplina de registrar seus ganhos e seus gastos continuamente, irá iniciar com o pé direito esta jornada financeira. Este hábito irá começar, não apenas a mostrar claramente de onde vem e para onde vai o seu dinheiro, mas também motivá-lo(a) a se questionar sobre gastos excessivos e que podem ser cortados sem mudar em nada a sua vida e a sua felicidade.

A minha dica de hoje diz respeito ao processo de acompanhamento das suas receitas e despesas. Estabeleça um dia do mês para sentar com calma por 1 hora e analisar suas receitas e suas despesas. O ideal é que isso seja feito no início de cada mês, logo após receber o seu salário ou pró-labore. Analise com calma tudo o que gastou no mês anterior e depois se pergunte, linha a linha, se aquele gasto realmente valeu a pena e o que trouxe de concreto para a sua vida. Esta forma de análise é eficaz e prática. A pergunta a ser feita sempre é: Por que fiz este gasto? Vale qualquer resposta. Mesmo que um gasto tenha servido unicamente para um prazer momentâneo (a compra de uma roupa nova, por exemplo), ele precisa ser analisado e justificado. Ter esta consciência é fundamental.

O ponto mais importante desta análise é muito simples de ser feito e dá início à discussão mais importante antes de se montar o planejamento de metas futuras de patrimônio. Depois de cada mês, analise a diferença entre o que entrou na sua conta e o que você gastou. Faça isso mensalmente e de forma acumulada ao longo do ano. Ou seja, a cada mês analise o resultado daquele mês específico e o acumulado de janeiro até aquele mês. Se o resultado for positivo, você está com superávit e pronto para começar a construção do seu patrimônio. Se o resultado for negativo, você está com déficit, ou seja, está gastando mais do que ganha e precisa para tudo e ler o artigo da semana que vem, onde vou discutir e apresentar a minha visão e minhas dicas de como colocar o trem no trilho novamente, se livrar das dívidas e passar a ter saldo positivo para investir. Até lá!

por Marcelo Veras
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