Artigo 158 – Para que serve um currículo?

por Marcelo Veras | 14 de abr de 2014

 “Você sabe qual é a principal função de um currículo?”

 Recentemente postei duas vagas na minha página do facebook. Uma para a área comercial da minha empresa e outra para uma vaga em SP, a pedido de uma amiga que estava em busca de um gerente de marketing. Duas vagas legais, com salários legais e ótimas oportunidades de crescimento. Nos posts havia todas as informações relativas às mesmas, deixando bem claras quais eram as competências requeridas, área de atuação, responsabilidades, salário etc. Em cada post havia um endereço de email para que os interessados enviassem seus currículos. No caso da nossa vaga, já escolheríamos diretamente quem iríamos chamar para a entrevista. No outro, combinei com a minha amiga que faria uma triagem inicial e enviaria para ela apenas os currículos que estivessem alinhados com o perfil da vaga. 

 Bom, confesso que fiquei surpreso ao imprimir e analisar todos os currículos. Mais da metade sequer preenchia os requisitos mínimos das vagas, mas estavam ali. Alguns, para minha perplexidade, pareciam nem ter lido as especificações. Um deles enviou, para a vaga comercial, o seu currículo cujo objetivo era, textualmente, “atuar na área de produção e controle de qualidade”. Juro, quase liguei para o cidadão para perguntar por que ele me enviou o seu currículo. Nem perdi meu tempo, mas que deu vontade, deu.

 Depois de excluir estes desavisados, fomos analisar os que estavam minimamente perto do perfil. A decepção continuou grande. Erros grotescos de português, formatações estranhas, informações incompletas etc. Em um deles havia inclusive a foto da pessoa. Nada contra fotos em currículos, embora não recomende, mas a escolha neste caso não poderia ter sido pior. Recuso-me a descrever...

 Já escrevi dois artigos sobre elaboração de currículos (parte I e II) aqui neste espaço. Caso não tenha lido, posso enviar por email. É só me escrever. Nestes textos, oriento na elaboração de um currículo para que ele fique minimamente vendedor e completo. Agora tenho uma pergunta: Por que você acha que usei o termo “vendedor” na frase anterior? Pense um pouco....

 A resposta a esta pergunta responde automaticamente a esta: “Você sabe qual é a principal função de um currículo?”. A minha resposta: “Para fazer com que a pessoa que leia tenha vontade de me convidar para uma entrevista”. Só isso. Currículo serve, fundamentalmente, para despertar o interesse em conhecer pessoalmente o candidato. Portanto as informações que ali estão devem ser colocadas, em termos de conteúdo e estética, de forma a despertar interesse. É na entrevista que as pessoas são contratadas. É na entrevista que as pessoas conseguem, olho no olho, mostrar suas competências, falar das suas conquistas, suas experiências e seus potenciais. Currículo não emprega ninguém, mas é ele que abre a porta. Ele ó ticket para entrar no jogo. 

 Portanto muito cuidado e muito zelo ao elaborar e também ao enviar o currículo para alguém. Currículos mal elaborados têm endereço definido – lixo. Currículos que não atendem aos requisitos de uma vaga, não devem ser enviados. Se a vaga está muito aberta, tudo bem. Há empresas que deixam o perfil mais genérico exatamente para conhecer pessoas com conhecimento e experiências mais amplas. Mas há empresas e situações em que o perfil está bem definido e claro. Nestes casos, enviar o currículo só para constar é perda de tempo. E digo mais, acho que antes de enviar um currículo para uma vaga, a pessoa deve reler e fazer ajustes no texto, buscando utilizar palavras-chave que façam referência àquela vaga. Isso lhe dá mais chances de ser lido e considerado. Li uma pesquisa recente que mostra que os recrutadores levam em torno de 6 segundos por currículo nesta fase de triagem. Ou seja, é muito pouco tempo para que o seu currículo mostre que vale a pena ser lido e considerado, concorda? 

 É isso por hoje. Releia o seu currículo com frequência. Mantenha-o atualizado. Ele é o seu cartão de visitas. Lembre-se, ele serve para abrir portas, não para fechá-las. Até o próximo!

por Marcelo Veras
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