Artigo 179 – Resistência à mudança

por Marcelo Veras | 08 de set de 2014

 “Não existe história na zona de conforto”

 Pare um pouco e pense nos melhores filmes aos quais você já assistiu. Continue o exercício e pense nos melhores livros que já leu e nas pessoas mais interessantes que já conheceu. Por acaso você se apaixonou por algum filme ou livro que conta a história de alguém que viveu, do nascimento à morte, na zona de conforto? As melhores histórias se passam em quais circunstâncias? Já as pessoas mais interessantes que você conheceu, que histórias têm para contar? Que experiências viveram?  São pessoas que viveram na mesmice ou que enfrentaram desafios? Mais uma vez, pare um pouco e pense.

 Não será difícil concluir que todas as grandes façanhas e as mais belas histórias são contadas por sujeitos que superaram obstáculos enormes, compraram algumas brigas e enfrentaram as mudanças com criatividade e esforço. Aliás, estas são as pessoas mais interessantes – as que têm boas histórias para contar. Filmes, livros e histórias pessoais que relatam o trivial, o comum e o “mais do mesmo” são o pão com manteiga da crônica moderna. Histórias boas são as histórias que nos tocam, que nos desafiam, que nos inspiram. O resto não tem muita graça.

 Hoje vivemos em um castelo de cartas. A velocidade de mudanças imposta pela tecnologia e pela quebra das fronteiras culturais tem transformado o mundo no reino do imprevisível. “Tudo muda o tempo todo no mundo”, como diziam Lulu Santos e Nelson Motta. Este é o  habitat é perfeito para bichos que têm o poder de se adaptar. Ao mesmo tempo, é impiedoso com a fauna que quer sempre fazer o mesmo, que não está atento ao que vem por aí ou que se recusa a abandonar receitas do passado a fim de aprender a “cozinhar novos pratos”.

 No fundo, na minha humilde visão, trata-se de uma festa. Uma festa onde todos estão convidados a participar. Uma festa onde quem entra tem emoção garantida e, é claro, muito, muito aprendizado. Aliás, que sentido teria a vida se não aprendemos sempre? Pouco. 

 Neste contexto, há aqueles que se pautam pela prudência excessiva e que calculam cada passo. Não vou dizer que este sujeito não mereça crédito, ou elogio. Merece. No entanto, não conheço ruas, praças, ou monumentos com nome  de demasiado prudentes. Entra para a história quem ousa, quem arrisca e quem está sempre em profunda transformação.

 Dito isso, convido você a uma reflexão sobre como anda encarando este ambiente de mudanças. Se a sua empresa passa por um momento de mudanças, bem-vindo ao século XXI. Não se esquive. Não fuja, até porque não para onde fugir. Não há um endereço hoje onde reina a paz e a tranquilidade. E se, por acaso, alguém lhe falar que este lugar existe, não vá para lá. Vai por mim, não vá. Primeiro porque lá você não vai crescer e não vai aprender coisas novas. Segundo, porque provavelmente este lugar sumirá do mapa em breve e você ficará na mão. Faça o que todos devem fazer. Entre na dança, acorde todo dia disposto a aprender algo novo e a jogar fora, se necessário, tudo que funcionou no passado mas que hoje não funciona mais. Abra-se para o futuro e para as novas ideias. Corte do seu vocabulário termos como “sempre foi assim”, “isso não vai funcionar”, “pra que mudar?”. Estes termos só levam para um lugar – a inércia. Venha dançar a nova música e construir novas histórias. O mundo vai acontecer no futuro, não no passado. Até o próximo! 

por Marcelo Veras
compartilhar