Artigo 252 – A vaga é minha

Oportunidade não se dá, se conquista
por Marcelo Veras | 22 de fev de 2016
Artigo 252 – A vaga é minha

- Bom dia! Tudo bem? – disse o entrevistador e possível chefe do entrevistado.

- Bom dia! Tudo ótimo, e com você? – respondeu Geraldo.

- Tudo bem, Geraldo. E aí, por que o interesse pelo setor de telecomunicações e pela vaga?

- Claro. Um amigo me indicou a vaga e disse que eu teria perfil para trabalhar aqui e com você. Ele lhe conhece bem. Aliás, fez tanto elogio que fiquei até ansioso para fazer parte da sua equipe.- disse Geraldo, com as duas mãos firmes em cima da mesa, olhar fixo no seu entrevistador.

- Agradeço a deferência. O Antônio me falou que lhe indicaria para esta vaga. Mas, qual é sua experiência no setor? Pelo seu currículo, vejo que tem uma boa experiência na área comercial, mas nada em telecomunicações. – Perguntou o entrevistador, com um misto de interesse e ceticismo.

- Olha, de fato não tenho experiência no setor, mas acredito que tenho uma enorme capacidade de aprender o que tiver que aprender, e bem rápido. Garanto que, em pouco tempo, estarei totalmente familiarizado com o setor. A minha história profissional e de vida me colocou vários desafios como este. Estou bem preparado. – respondeu Geraldo, mas uma vez sem piscar um olho e firme como uma rocha.

- Ah, é? Que bom! De fato, aprender coisas novas é um desafio quase diário neste setor. É muito dinâmico. As coisas acontecem muito rápido. – comentou o entrevistador, já com cara de quem estava gostando da segurança (sem prepotência) do entrevistado.

- Imagino que seja. Pelo que conheci da sua história, vi que você também está no setor há menos de dois anos e já se consolidou como um grande profissional. Pretendo fazer o mesmo se você me der esta oportunidade. – disse Geraldo.

A entrevista seguiu com o entrevistador conhecendo melhor as experiências passadas de Geraldo, suas pretensões de carreira para o futuro e suas competências. Ele, sempre respondendo tudo com muita sinceridade, segurança e determinação. Sempre que questionado sobre uma competência, passava segurança quando mostrava onde a mesma já foi testada e, quando não a tinha, repetia sempre quase da mesma forma: “Não sei, mas aprendo, e rápido”.

No final, a última pergunta:

- Geraldo, por fim, você gostaria de dizer algo ou perguntar algo?

- Claro, gostaria de dizer que essa conversa só me fez ter mais vontade de fazer parte da sua equipe e também gostaria de dizer que garanto um esforço contínuo e focado em rapidamente estar preparado para lhe ajudar a produzir grandes resultados para a nossa (como se já estivesse contratado) equipe. Muito obrigado pela oportunidade dessa entrevista. – Fechou Geraldo.

Após um forte aperto de mão, Geraldo saiu pela porta e se foi, deixando o seu entrevistador encantado com a sua postura firme e decidida.

Na sequência, mais duas entrevistas para a vaga, sendo uma delas com uma pessoa de experiência comprovada no setor, mas sem um décimo da postura firme do Geraldo. Por fim, a decisão, entre a experiência técnica e a atitude, foi pela segunda. Geraldo foi chamado no mesmo dia e começou na semana seguinte.

Essa história, embora um pouco romanceada, é verídica e mostra algo muito comum atualmente. Quem contrata hoje muitas vezes quer mais atitude do que conhecimento. Conhecimento se obtém, se aprende. Atitude é algo mais raro, principalmente atitudes firmes e ligadas à competência “comprometimento”.

No caso do Geraldo (nome real), a decisão foi correta. O cara foi longe na carreira, bem longe. E quem o contratou, hoje sente orgulho de ter dado a oportunidade para alguém que conquistou com firmeza, sinceridade e força. Aliás, Geraldo não ganhou a oportunidade, conquistou com as suas mãos. Até o próximo!

por Marcelo Veras
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