Artigo 67 – Liderança e autoconhecimento

por Marcelo Veras | 17 de jul de 2012

"Primeiro passo para se tornar um líder: saiba quem você é”

Hoje quero tratar de um tema pouco explorado quando se discute a competência Liderança, mas que estou absolutamente convencido de que é uma matéria-prima fundamental para quem quer se tornar um grande líder em qualquer área. Mas antes quero recordar um ponto que defendi no último texto, mais especificamente no final dele. Eu dizia que dificilmente uma pessoa consegue se tonar um grande líder sem ser 100% autêntico. E a razão disso é única e clara: ninguém consegue inspirar confiança e fazer com que os outros “comprem” a sua causa sem um elevado grau de autenticidade. Olhe para a história e para os nomes citados nos artigos anteriores como grandes líderes da humanidade. Jesus Cristo, Hitler, Gandhi, Mandela, Steve Jobs etc. Cada um com seu perfil, sua personalidade, sua causa e seus métodos. Mas todos com um ponto em comum – pessoas autênticas.

Sendo assim, a questão que se coloca neste momento é: Como ser uma pessoa autêntica? Se você for aos dicionários, verá que a palavra autenticidade é, em resumo, a garantia de que você é quem diz ser. Ou seja, uma pessoa autêntica não “vende” uma imagem de si que não seja verdade. Isso parece muito fácil, mas pare para pensar e lembre-se de quantas pessoas você conhece que se vendem de uma forma diferente (normalmente mais perfeitas) do que são na prática. Isso é mais comum do que garoar na cidade de São Paulo.

Eu não sou psicólogo e provavelmente há muitos profissionais desta área estudando este fenômeno e suas causas. O que concluo é que as pessoas que se vendem diferente do que são têm um problema básico. Elas não sabem quem realmente são. Elas não se conhecem. Acho que este é o primeiro ponto a ser atacado por quem queira ser uma pessoa autêntica e desenvolver a sua liderança. Buscar um elevado nível de autoconhecimento. Vários artigos e estudos que já li sobre liderança tangenciam este tema, mas não colocam isso como um fator fundamental e, principalmente, como ponto de partida para o desenvolvimento desta competência. Mas fica aqui mais uma das minhas convicções para você pensar e decidir.

Se esta tese faz sentido para você, mãos à obra. Responda as questões a seguir: Quem você é? Qual é a sua história de vida? Quais foram os eventos mais importantes que marcaram a sua vida? Quais foram as pessoas mais importantes e que marcaram a sua vida. Quais são os seus medos? Quais são seus pontos mais fortes e mais fracos, nas dimensões técnica e comportamental? Quais são os seus valores? O que é certo ou errado para você? Com que critérios você julga as pessoas? Será que você se julga com os mesmos critérios? O que você diz para as pessoas apenas para impressioná-las e que, no fundo, não é verdade?

E aí? Tem resposta para tudo? Na ponta da língua? Caro leitor, se você for um ser humano normal, muito provavelmente deve ter balançado em alguma questão. Em outras palavras, a autoconhecimento não é uma coisa óbvia. Ser autêntico não é fácil. É para poucos. Mas, quer saber? Acho que este estágio pode ser alcançado por quem queira. Basta trabalhar duro e como convicção de que ser autêntico vai, no médio e longo prazo, lhe trazer grandes benefícios.

Busque o seu autoconhecimento. Comece escrevendo a sua biografia. Converse com as pessoas que mais te conhecem e pergunte quem você é e como elas te enxergam. Pense 10 vezes antes de julgar alguém e veja se você usa os mesmos critérios para se julgar. Pense 20 vezes antes de falar de você. Anote antes e veja se tudo é verdade mesmo e se você vai conseguir ser aquilo que fala. Nunca se venda demais. Mostre mais quem você é com ações e menos com palavras. No fundo, da boca pode sair tudo, mas das ações só sai a nossa real identidade. Até o próximo!

por Marcelo Veras
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