Artigo 81 – Olhar para frente

por Marcelo Veras | 22 de out de 2012

"Se você deixa o passado ser uma âncora, o futuro paga o preço” 

Passado. Um momento que já passou, não tem mais nada a agregar a não ser experiências, aprendizados e recordações, mas que amarra muitas pessoas e as deixa em um estado de inércia que mais parece uma pedra de 1 tonelada fincada no chão. Há pessoas que vivem do (e no) passado. Muitas, muitas. Umas vivem reclamando e lamentando erros ou tombos, querendo que o tempo voltasse atrás para mudar o que não pode ser mudado. Outras vivem se vangloriando de conquistas passadas e não evoluem, como se não houvesse mais nada a ser construído ou conquistado. Ah, passado! Por que será que você é tão poderoso? Por que tanta gente se deixa amarrar no pé da sua mesa? Por que tantas pessoas ficam presas a esta âncora? Assumo publicamente que às vezes padeço desse mal. Não é fácil esquecer coisas ou não ser visitado por fantasmas do passado. Se deixamos, eles aparecem todo dia, onde menos esperamos. Se cirurgia de lobotomia fosse barata e sem riscos, seria o produto mais vendido no mundo. Tenho certeza. Conheço muita gente que faria amanhã.

Não há nada pior do que ser visitado, do nada, por sentimentos como arrependimento ou raiva de fatos e pessoas. Mas é fácil compreender que cada minuto que dedicamos ao passado representa um minuto que deixamos de construir o futuro. Tão simples de entender quanto difícil de executar. Conheço pessoas que chegam ao ponto de gastarem mais de 80% de uma simples conversa falando apenas do passado. Comece a observar e você também constatará isso com pessoas próximas a você.

Quando o assunto é a carreira, este mal ganha peso de ouro (no mal sentido). Alguns profissionais ficam tão contaminados pelo passado (bom ou ruim) que não são capazes de evoluírem ou de edificarem novos projetos. Conheci um executivo de muito sucesso que simplesmente queria repetir suas estratégias (de sucesso) passadas de forma literal, acreditando que o que funcionou lá no passado funcionaria hoje. Grande erro. O cenário, o mercado e os clientes eram outros, mesmo sendo a mesma empresa e o mesmo produto. Todas as vezes que era questionado sobre eventuais mudanças de estratégia, a resposta era a mesma: - Sei o que estou fazendo. Já fiz isso antes e funcionou. Da mesma forma, conheço gente, muita gente, que carrega erros e tombos do passado como âncoras. Pessoas que não esquecem uma demissão, uma perda financeira, um projeto mal sucedido ou não superam uma mágoa de alguém que o fez algum mal.

Este tipo de sentimento consome uma energia enorme. Nos faz perder tempo, horas de sono e, principalmente, foco no que realmente interessa – o que está por vir - O futuro. Este é o mais prejudicado. Ele paga o preço mais alto, porque as pessoas que carregam o passado na mochila, deixam o futuro à deriva. Há mais ou menos um ano, quando escrevi sobre este tema, usei a seguinte frase, que guardo e uso até hoje: “Enquanto não deixamos o passado para trás, o futuro não chega”. Quase uma lei da física. Estes dois “corpos” não podem ocupar o mesmo lugar. Quem tentar, vai automaticamente excluir um deles – o futuro.

Pense nisso durante esta semana. Tenha sim consciência do seu passado. Não fuja dele, mas procure enxergá-lo como parte da sua história e nada mais. O que passou, passou. Olhe para frente. Concentre-se no futuro, nos seus sonhos, nos seus objetivos pessoais e profissionais. Concentre-se muito e, quando perceber que está falando muito ou pensando muito no passado, dê um puxão de orelha em você mesmo(a) e pare com essa bobagem. O seu futuro vai agradecer e recompensá-lo(a). Até o próximo!

por Marcelo Veras
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