Artigo 107 – Carreira e Finanças pessoais – parte VI

por Marcelo Veras | 22 de abr de 2013

"Visão é um estado futuro. Crie a sua e trabalhe duro para chegar lá”

No segundo artigo desta série (Carreira e Finanças pessoais – parte II) eu apresentei os quatro pilares de um planejamento financeiro eficaz. O Estágio atual, a Visão, a Interpretação e a Ação. Do terceiro ao quinto artigo da série, basicamente discutimos aqui o primeiro pilar, ou seja, como fazer um diagnóstico completo do seu estágio financeiro atual. Qual é o seu patrimônio, suas receitas e seus gastos. A planilha que tenho enviado a vários leitores tem dois módulos para se registrar e acompanhar os indicadores acima. Reforço que o acompanhamento destes indicadores deve ser contínuo, mês a mês, para sempre. Estas informações são fundamentais para a tomada de decisões e para o sucesso do seu planejamento. Incorporar o hábito de acompanhar suas finanças é o primeiro passo rumo ao sucesso do plano.

No último artigo tratamos de uma questão fundamental para que um planejamento futuro seja possível e eficaz - livrar-se das dívidas e adequar o seu padrão de gastos a um patamar inferior ao dos seus ganhos, para que se possa ter saldo para investimentos, é ponto inegociável. Não há geração de riqueza se não houver saldo para investimentos. Se você gasta mais do que ganha e não quer mudar isso urgentemente, pare de ler tudo o que ainda vou escrever aqui porque estará perdendo tempo.

Bom, hoje podemos iniciar a discussão sobre o segundo pilar – a Visão. Visão é um estado futuro, um sonho a ser perseguido. Financeiramente falando, esta visão se resume a um patrimônio futuro, ou seja, um valor acumulado de bens e dinheiro que irão financiar a sua vida durante um período de tempo. Para calcularmos e planejarmos estas metas, precisamos recorrer a um conceito importante de finanças – o valor do dinheiro no tempo. Não há como explicar tudo isso aqui, mas na planilha que tenho disponibilizado aos leitores há um módulo (planilha chamada “Simulações”) que possui todos estes cálculos programados e com uma explicação em cada célula sobre o que significa cada conta e resultado. Se você não tem prática com Excel e com matemática financeira, precisará de ajuda de alguém que entenda um pouco. Aliás, até recomendo fortemente que você estude um pouco de matemática financeira, conceito de juros, inflação, rendimentos brutos e líquidos acima da inflação, para que possa entender e planejar melhor.

Você verá nesta planilha (ou em qualquer outra) que precisamos definir três idades para o nosso planejamento. A idade de início dos investimentos (para quem já está com saldo para investir, esta data é hoje), a idade de aposentadoria financeira (que definirá o período de acúmulo de patrimônio) e a idade correspondente à expectativa de vida, ou seja, que definirá o período em que o patrimônio acumulado até a aposentadoria financeira será usado para financiar a sua vida se você parar de trabalhar ou que irá garantir um rendimento extra além do que você ainda irá ganhar trabalhando ou com a aposentadoria do governo.

Algumas pessoas acham engraçado termos que estimar a nossa morte (terceira data), mas isso é planejamento também. Afinal, precisamos ter clareza de quanto tempo precisaremos, mesmo que de forma estimada, financiar a nossa vida. Até porque, para que os cálculos financeiros sejam feitos, precisamos de intervalos de tempo. A matemática financeira funciona assim mesmo.

Pense no seu futuro, no padrão de vida que pretende ter, o nível de gastos que pretende ter e quanto isso custaria, em média, por mês. Vá até a planilha e simule datas e valores. Pense em quanto tempo você quer acumular patrimônio e por quanto tempo quer ter segurança financeira após a sua aposentadoria financeira. No próximo artigo vamos discutir um pouco que valores podem ser razoáveis e que permitam a elaboração de um plano viável. Bons estudos e até o próximo!

por Marcelo Veras
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